Por uma economia cujo centro seja a vida, a comunidade, os saberes e fazeres

Terminei hoje participação em um evento sobre Economia Associativa.

Até sexta-feira, quando este começou, eu pouco sabia sobre este termo, sobre agricultura biodinâmica, sobre Rudolf Steiner, antroposofia etc. etc.

Como estou estudando sobre Economia Solidária, tendo visitado no ano passado várias iniciativas do gênero, como o Banco Palmas, no Ceará, o Banco Bem, no Espírito Santo e o trabalho de Abdalaziz de Moura, em Pernambuco, resolvi conhecer este termo e tentar checar se Associativa tinha ou não relação com Economia Solidária. Afinal, vivo num país em que quer erradicar a miséria e, para mim, a mais importante miséria a ser combatida é a miséria humana, por isto estes temas estão me interessando tanto, inclusive por ser budista (http://www.sgiquarterly.org/feature2011Jly-1.html) e ter um olho nos aspectos humanísticos das ações.

Quando li o programa e vi o nome de Marcos Arruda, me senti ainda mais encorajada em conhecer e tentar entender o que ali seria apresentado, pensado, discutido. http://1ebea.institutoelo.inf.br/. Marcos e a antropóloga Beatrice Gropp, que falou sobre sua experiência em Atibaia, foram convidados, juntamente com os demais palestrantes ligados ao método Waldorf e os conhecimentos de Steiner (http://pt.scribd.com/doc/7010869/Rudolf-Steiner-Economia-e-Sociedade).

Marcos abriu a sessão na sexta, falando da Economia solidária, dando um panorama geral e levantando pontos para a reflexão que se sucederam. Ontem deu detalhes sobre o histórico do http://www.bancopalmas.org.br/ e a Rede de Bancos Comunitários já em 51 localidades do país e terminou com uma mandala de como se organiza uma sociedade no entorno de uma comunidade que trabalha e vive estes conceitos. Hoje ele encerrou, juntamente com outros palestrantes, o evento, que foi permeado pelas apresentações de Christopher Houghton Budd, inglês historiados de economia http://www.christopherhoughtonbudd.com/welcome/biography/, que traçou a trajetória da economia mundial e os conceitos, apoiado na obra de Rudolf Steiner, que desenharam a atual crise, desde Aristóteles, passando por Adam Smith, dentre outros, até os dias de hoje e avançando numa reflexão sobre perspectivas de mudança para novas formas de ser e estar no mundo para gerar impactos novos a partir de novos paradigmas.

Confesso a grata surpresa que estou percebendo em conhecer estes termos, os 5 casos apresentados e a felicidade de ver o quanto o debate sobre a “crise mundial” está presente nas pessoas. Somente neste evento há pelo menos umas 100 pessoas, inclusive mães e pessoas de áreas as mais diversas, além de economistas como Álvaro Musa e outros.

Ainda inconclusivo meu pensamento a respeito, mas curiosa em aprender mais, penso importante conhecer esta ebulição criativa e a percepção da premência de diversos setores da sociedade em poder criar alternativas aos modelos vigentes.

Vi cases da Escola Aitiara, em Botucatu e aí se percebe um característica, seja na Economia Solidária, na Associativa ou outros modelos como o do Serta, em Pernambuco, http://www.serta.org.br/, o Serviço de Tecnologia Alternativa, que trabalha a permacultura, o cuidado da manutenção do homem no campo e o preparo de seus filhos para estudarem em Recife ou outras capitais, mas regressarem para sua cidade Natal e ali desenvolverem-se como membros atuantes daquela sociedade, como é o caso do Giral http://www.giral.org.br/quem_somos.php – assim como também percebi ao visitar a experiência em Vitória, ES, do Banco Bem http://www.youtube.com/watch?v=4E3J_VY7RMs. Todos estão ligados a uma forma mais inclusiva e compartilhada de olhar para o lugar onde se mora e decidir conjuntamente quais as possibilidades e recursos internos daquela comunidade, suas necessidades básicas como seres humanos e a busca do seu atendimento de forma prática, ao mesmo tempo olhando para os impactos futuros daquelas decisões.

Estou elaborando pensamentos e em breve escreverei mais a respeito.

Outras referências

http://youtu.be/qk9gRVaupFE

http://www.fbes.org.br/

http://www.mte.gov.br/ecosolidaria/secretaria_nacional.asp

http://www.nonviolent-conflict.org/

http://www.cpflcultura.com.br/video/integra-consumo-e-trabalho-na-crise-…
http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=1129
http://www.sgiquarterly.org/news2007Jly-5.html

http://www.oxfordscholarship.com/oso/public/content/philosophy/9780195180992/toc.html

P.S. – Notícia quente
Ainda sobre o tema Economia solidária, acabo de saber que vai chegar ao Brasil nos próximos dias o livro, que já está disponível nesta livraria de Portugal, Economia Solidária: Questões Técnicas e Epistemológicas, em que um dos textos sobre os Clubes de Troca e sua importância para um modelo crítico emancipatório de consumo, da excelente Luciane Lucas (citada em minha observação anterior http://www.cpflcultura.com.br/site/2009/12/01/integra-consumo-e-trabalho…)

http://www.almedina.net/catalog/product_info.php?products_id=15681
Economia Solidária: Questões Teóricas e Epistemológicas
Organização: Pedro Hespanha, Aline Mendonça dos Santos
Editora: Almedina
Colecção: Colecção CES
Tema: Série Políticas Sociais
Ano: 2011
ISBN 9789724046075 | 264 págs.

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6 Responses to Por uma economia cujo centro seja a vida, a comunidade, os saberes e fazeres

  1. Muito legal! Vou examinar com calma com mais tempo depois.

  2. Marcos Issa says:

    Cida, quantas experiencias interessantes, obrigado por compartilhar!! É a “cultura solidária”!! Bjs

  3. Querida Cida,
    Excelente resenha do nosso seminário! Faltou só vc assiná-la.
    Muito me interessa o livro da Luciane. Vou procurar como obtê-lo. Seria muito bom dialogarmos sobre suas impressões. Meu skype é marcospsa.
    Leonora, do Banco Bem, é grande e preciosa amiga, uma bravíssima mulher pioneira do trabalho de desenvolvimento comunitário!
    Beijos, obrigado pela hospedagem,
    Marcos

    • cidocacid says:

      Maravilha! A assinatura é do codinome, no probs. Vou baixar o skype para nos falarmos. Tenho evitado administrar tantos programas, mas sinto que alguns são necessários. bjs querido. Cida

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