Love is in the air

“Desemprego na Espanha é de 27%, os jovens estão deixando Portugal e a Irlanda, 1 em cada 4 gregos diz que está difícil por comida na mesa”, segundo Luis Favre escreveu em seu twitter.
A vida está nos convidando à solidariedade e compaixão – tanto planetáriamente como em nosso dia-a-dia.
Ontem em Oklahoma o professor só pensou em acolher o aluno após ver que a escola ficou destruída no tornado. (A teacher hugs a child after tornado destroyed school in south #prayforoklahoma ).
O fim de semana foi de incerteza para pessoas pobres que ouviram dizer que o Bolsa Família se acabaria. Com que intenção irresponsável uma pessoa comete este tipo de crime? Semana passada estava eu na agência da CEF e uma mulher dos seus 50 anos, com uma cestinha de balas, entrou na agência na tentativa de ver se o benefício já havia sido aprovado, pois ela precisava desesperadamente dos R$ 30,00 que o Bolsa Família poderia lhe oferecer.
É disto que estou falando. Como existe uma parcela da população auto-centrada no salário mensal, convivência internalizada no mundo da empresa, a alienação do mundo real empobrece os canais de percepção de uma realidade que existe e, infelizmente, ainda é abundante. Não há salário de 5 mil reais para todos. Fato. As desigualdades em nosso país, de norte a sul, ainda persistem, a despeito dos esforços dos governos, com ênfase no empenho da presidenta Dilma que definiu o combate à miséria extrema um dos pontos altos do seu governo, porque se juntarmos os pontos, está havendo um bombardeio diário, cotidiano, para que nós brasileiros sejamos outras pessoas, importemos outras culturas e abandonemos nosso projeto desenhado há vários séculos, de construirmos aqui uma coexistência pacífica. Não é uma coisa fácil nem rápida. Mas se desistirmos, aí se tornará impossível. E o mundo vem aqui para ver nossa cordialidade, somos famosos mundo a fora por isto. Mas estamos, ao contrário, adquirindo maus hábitos, ratificando atos violentos e desnecessários, naturalizando coisas muito feias como enganar um irmão de que um benefício visceral para ele não vai existir mais, sabe-se lá a serviço de quem.
Não custa um abraço, não custa um “oi, tá tudo bem?”, não custa parar e não repassar maledicências e posts carregados de ódio pingando. Se se replica é porque existe apoio e conivência. A decisão de construir conjuntamente um belo país de irmãos, solidário com a dor do outro, é individual, porque é na individualidade que grandes culturas são criadas. São os cidadãos que formam o país. Existe amor em todos os lugares. E não é por acaso que o filme Occupy Love

Oklahoma school destroyed by a tornado

Oklahoma school destroyed by a tornado

, feito totalmente de forma colaborativa, está pronto para ser exibido, mostrando como os movimentos de ocupação estão tomando todos os Estados Unidos pelos jovens. É justamente aquele que tem pouco histórico do passado, que olha menos para o retrovisor, que está fazendo a diferença em todas as partes, seja no movimento espanhol 15M, seja nos Occupy, seja aqui com o Fora do Eixo, são os jovens os grandes protagonistas destas mudanças.
Até 22 de maio está acontecendo em La Paz: Cultura Viva Comunitária na América Latina, em que milhares de artistas de várias partes do continente se encontraram e estão fazendo o mundo girar na direção do amor.
A próxima onda será o amor. Ela já está entre nós há muito tempo. Nos distanciamos e quase nos perdemos, mas agora não temos escolha: ou nos amamos ou perderemos uma chance extraordinária que a vida de todo o universo nos deu, ao nos aparelharmos com sabedoria, com tantos sensores dentro da vulnerabilidade e sensibilidade de que fomos dotados para dar um salto civilizatório sem precedentes. E desta vez a decisão é individual.

Posted in Culture of Peace | Tagged , , , , , , , , , , , , , , , | Leave a comment

Ubuntu – Sou quem sou por aquilo que todos somos.

Neste exato momentoNão sai no jornal nem na tevê. Mas a experiência está lá, viva, concreta e em muitos lugares. Enquanto, na PUC, São Paulo, John Croft, criador do Dragon Dreams (http://www.dragondreamingbr.org/portal/index.php/2012-10-25-17-04-57/john-croft.html) reafirma que não dá mais para ignorar que hoje à noite 1 em 5 crianças – cerca de 30 milhões – dormirá com fome e que, algumas delas, estão passando por este tipo de maus tratos há tanto tempo, que seu desenvolvimento mental já está comprometido, o professor Narvázes, da Colômbia, fundador da Escola de Perdão, Conciliação e Justiça Restaurativa, faz demonstrações de como seu país está mudando a Cultura do Castigo, a Economia do Ódio – como afirmou Amartya Sen -, a Indiferença e a repetitiva Memória Vingativa, para um Processo de Reparação, aceitação e expressão, que possa produzir o exercício de ascenção humana para a utilização não do cérebro reptiliano, mas para o cérebro desenvolvido mais recente na história e capaz de produzir uma Cultura de Reparação e de Convivência.
John fica alguns dias mais no Brasil com uma agenda cheia de ações envolvendo interessados de várias áreas da sociedade. Narváes estava no Capão Redondo, ontem, 5 de abril, juntamente coma professora Lia Diskin, da Associação Palas Athena, parte do evento Dimensões Subjetivas e Comunitárias da Justiça Restaurativa na construção de uma Cultura de Perdão.
Maus tratos. Aqui, ali, do outro lado do planeta, na internet, na rua, do nosso lado, a gente mesma.
É possível transformar esta cultura, mas é importante a ação e a intenção a partir da consciência de que nos permeia e nos inclui.
Participamos deste grande projeto da vida. Melhorando o processo civilizatório se quisermos.
Se não for por bem será por mal.
Indo para o Capão Redondo pega-se metrô, que conecta a estação Largo 13 à estação Capão Redondo. Convido você, que está lendo este post, a fazer este trajeto e apreciar as favelas, as casas, a multidão entrando descuidada no vagão, a vida de uma viagem
São estes momentos que me fazem acreditar que vai dar certo, embora algumas evidências tentem mostrar que não. Ouvi o professor Narváez, criador da escola de perdão, conciliaçaõ e educação popular, http://www.cdhep.org.br, falar de como a Colômbia está mudando e envolvendo pessoas a demoverem a ideia fixa de vingança para um outro posicionamento perante a vida, como 55 mil homens em sua maioria depuseram armas, como o congresso lá criou leis para agressores e para vítimas, mas mais do que isto, trabalhou políticas públicas para reparar os danos da violência. Ouvi gente do Pará e como estão trabalhando as comunidades para enfrentar as remoção por conta das obras de energia etc. Enfim, temos de fazer como os cupins, que vão comendo, comendo, comendo e, de repente, você abre a gaveta e o armário todo se desfaz na sua frente. Este exemplo dado ontem pela professora Lia Diskin, da http://www.palasathenaorg.br é o que encoraja. Temos que por mãos à obra. É o que nos resta. Está com todos nós e não mais com alguém especificamente.

Posted in Uncategorized | Leave a comment

JUSTIÇA RESTAURATIVA PARA QUEM PRECISA

Jd. Botânico - sombras das árvoresCapão Redondo, São Paulo. Lugar de abundância de gente, de cores, de carros e ônibus, de casas e crianças indo pra escola, casas empilhadas, tijolos, sonhos e necessidades. As estratégias para realizá-los são inúmeras, assim como também os seus desdobramentos.

São 8 horas. Metrô e trem continuam cheios para todas as direções da cidade, como um pequeno nodo de uma grande trama paulistana. No meio destas multidões, dentro da minha leitura da cidade, um grupo de cerca de 40 pessoas vai se destacando, na medida em que se dirige à região para um conjunto de aulas na Espere – Escola de Perdão e Conciliação – preparatórias a um curso mais extenso depois sobre Justiça Restaurativa, que ocorrerá em duas turmas nos dias 21 ou 23 de março próximo. Tudo isto dentro do grande guarda-chuva de atividades do Cdhep – Centro de direitos humanos e educação popular, que tem como objetivo formar e articular sujeitos sociais e processos políticos atuando na construção de uma sociedade justa e solidária de pleno exercício da cidadania, à luz dos princípios fundamentais dos Direitos Humanos, sociais, econômicos, culturais e ambientais.

Vindos de várias localidades do entorno de Capão Redondo, como também de outras regiões da cidade, e até de Fortaleza, Ceará, em cinco dias deste curso preliminar, foi possível a este grupo rever sua visão particular e os impactos em perspectiva da dor que se sente ao deixar de lado uma questão, uma dúvida, um pronunciamento sobre a vida sem o devido tratamento.

Olhar para mágoas antigas, para esta dor e exercitar de diversas formas um olhar às vezes de ternura e acolhimento, às vezes de responsabilidade para com seus diversos ângulos – alguns maldosos e perversos – foi fundamental para que conseguíssemos nos preparar para abordar a dor de outras pessoas e, realmente, nos colocarmos em seu lugar pela empatia de ter vivido dores semelhantes.

A metodologia da escola permite que a generosidade guie o olhar sobre delicadas tramas do humano em cada um dos participantes. A partir deste espaço de confiança tudo é possível, pois esta talvez seja a matéria-prima mais fundamental para um trabalho desta natureza: o espaço confiável para depositar em seu centro o que há de mais sensível em nós. Tudo associado com o devido contexto técnico e teórico, mas enfatizando a vivência destas informações e a sua associação à reverberação na vida.

Ter participado deste curso sob esta ótica, me permitiu adentrar um espaço de experimentação em outros níveis, às vezes não disponível em cursos em que o conteúdo é riquíssimo, mas que deixa para cada pessoa a reverberação dos seus enunciados.

Presentes representantes de organizações que lidam com crianças abandonadas pelos pais biológicos, que trabalham com crianças e adolescentes como a Casa do Zezinho, diretores e educadores de diversas instituições de ensino, religiosos como o representante do Ceará, que trabalha com população carcerária eram alguns dos profissionais que puderam, primeiramente, olhar para sua própria experiência com a dor e revisitá-la, acolhê-la, compartilhá-la, de tantos diversos ângulos que o aprendizado foi apropriado com a própria vida.

Agora começa o curso propriamente dito de Justiça Restaurativa para uma turma dia 21 e outra 23 de março, próximos.

A música do grupo Titãs fala de “polícia para quem precisa”. O Cdhep diz que é a “justiça restaurativa para quem precisa” e vai até nossos corações para atingir seu objetivo.

Posted in Culture of Peace, Uncategorized | Leave a comment

Dedicação ao presente

PazPreciosidade é ter tempo. Perceber e ouvir, prestar atenção ao que pensamos, sobre os nossos motivos, a expressão das pessoas.
Pensando bastante sobre como realizar com louvor minha missão, meu propósito. Como me sentir produndamente feliz fazendo aquilo que me realiza. Estou diante da eternidade.
Acabo de ler”Quem é Michel Maffesoli – entrevistas com Christophe Bourseiller”, 2011, editora DP et Alli. Só para se ter uma pequena ideia da grandeza de pensamento deste senhor: “Relembremos a situação na cidade grega, em que o saber se articula em torno de filósofos epônimos, tais como Sócrates, Platão ou Aristoteles, que foram seus protagonistas essenciais. A Academia é um jardim, lugar de encontros de pessoas de qualidade que trocam ideias e, além dos confinamentos teóricos, elaboram os alicerces daquilo que será a cultura ocidental. Tal metáfora é uma boa ilustração do saber pós-moderno e da maneira como ele se elabora: em mosaico, em rede e em espaços que já não ostentam a marca da universidade. Em numerosos países, por toda a parte, há múltiplos círculos desse tipo, cujo fervilhamento intelectual é o mais fecundo possível; talvez seja necessário aplicar a esses círculos do saber a expressão que Hakim Bey atribuía a essas pequenas utopias designadas por ele como “zonas de autonomia temporária”.
Atualmente, estas zonas estão ligadas entre si graças ao desenvolvimento tecnológico; ainda neste aspecto, além de uma metáfora, trata-se, sobretudo, de um agente eficaz. A verticalidade de um saber magistral, dominante, autoritário e dogmático, saber\poder que engendra as diversas inquisições excludentes, é substituída por um conhecimento enraizado na vida cotidiana e que é causa e efeito de todos os sites comunitários, dos fóruns de discussão e de outros espaços de permuta informática em que a reflexão reata com um enraizamento societal que, de maneira crucial, faz falta à universidade.”.

É esta noosfera amálgama da vida da antroposfera, que habita e compartilha a vida na biosfera. Ainda que estejamos no limiar da adolescência do desenvolvimento humano, visando uma percepção da integração que temos com este todo, caminhamos.
O lindo é perceber que este agora é impregnado do todo e que meus pensamentos, palavras e ações deste exato momento tem qualidade potencial mais que suficiente para nutrir o próximo instante.

Posted in Uncategorized | Leave a comment

O inesperado…

“O inesperado surpreende-nos. É que nos instalamos de maneira segura em nossas teorias e ideias, e estas não têm estrutura para acolher o novo. Entretanto, o novo brota sem parar. Não podemos jamais prever como se apresentará, mas deve-se esperar sua chegada, ou seja, esperar o inesperado. E quando o inesperado se manifesta, é preciso ser capaz de rever nossas teorias e ideias, em vez de deixar o fato novo entrar à força na teoria incapaz de recebê-lo” Edgar Morin. Os sete saberes necessários à educação do futuro.

Posted in Uncategorized | Tagged , , , , , , , , , , | Leave a comment

Informação. Repertório. Conhecimento. Vida

Referências. Repertórios. Processos de conhecimento do mundo em que se vive. Democratização da comunicação. Acesso.
Estas são as minhas expectativas com relação a um evento que traz a mim um desconforto no seu nome: Encontro Nacional sobre o Direito à Comunicação, que será realizado nos dias 09, 10 e 11 de fevereiro de 2012, na Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). O que seria “direito à comunicação”?
Para quem leu leu o livro de Maturana e Varela http://www.4shared.com/office/D1EttOQa/Arvore_do_Conhecimento_Maturan.html e
http://www.prac.ufpb.br/copac/extelar/producao_academica/artigos/pa_a_movimento_realidade_e_autopoiese.pdf, é fundamental discutir acesso, ampliação de direitos como o direito universal de informação ampla, contextualizada e em abundância, espaço para o diverso e o contraditório se manifestar… Tudo isto e muito mais é o que se pode esperar de um evento que contará com a Viração, Giral, Serta dentre outras organizações como menciona Pedro Caribé em http://www.direitoacomunicacao.org.br/content.php?option=com_content&task=view&id=8732.
Importantíssima a reunião. Assim como também importantíssimo situar o debate naquilo que é direito de fato já que falar de Comunicação é falar da própria vida e da forma como a vida se desenvolve – estabelecendo conexões e vínculos, transformando-se e transformando o meio.
Acredito que estejamos num momento interessante para discutir o direito universal ao acesso à informação, sua qualidade: possibilidade de produção e transmissão dos indivíduos quanto à sua disseminação. Assim como considero fundamental discutir a produção e disponibilização atual daqueles que se arvoram do ilusório “direito” exclusivo da definição do que poderia ser interessante para os demais indivíduos, disseminando uma cultura avessa à paz, o que não contribui para o avanço civilizatório. De encontros como este obviamente sempre será possível sairmos maiores. Mas o senso de urgência requer uma nova eficácia.
Espero que seja um diálogo superlativo.
Referência: http://www.transcend.org/tms/
Para saber mais
http://endc.org.br/

Posted in Uncategorized | Tagged , , , , , , , , , , , , , | Leave a comment

É preciso coragem

Quando eu entre no site http://invisiblepeople.tv/blog/ e assisto tantos relatos de homens e mulheres, moradores das ruas estadunidenses contando suas histórias, quando vejo iniciativas como Nation of Change http://www.nationofchange.org/, com seu “jornalismo progressista para uma ação positiva”, me sinto encorajada a imprimir mais ritmo no meu trabalho. Mesmo que ainda uma maioria expressiva não tenha ainda acesso a estas magníficas experiências, mesmo que alguns não acreditem, ações como a deste site estão ocorrendo pelo mundo e, no Brasil, elas abundam em todas as partes.
Viajarei para Natal entre nove e catorze de novembro para conhecer uma delas. http://www.conexaofelipecamarao.org.br/ A Conexão Felipe Camarão. Ponto de Cultura, espaço comunitário socioeducativo, o bairro é abrigado há oito anos por um projeto, cuja coragem de Vera Santana, historiadora que decidiu voltar para sua cidade Natal, após décadas de trabalho que incluiu no currículo o contato com as ideias de Paulo Freire e o trabalho honroso com Darcy Ribeiro, tem colaborado para erigir o projeto que, de acordo com o que está no site:
Atua no bairro a partir de três núcleos estratégicos:
• Núcleo Comunitário de Arte-Cultura
• Núcleo de Educação através da linguagem do Cinema/vídeo (Círculo de Cultura)
• Núcleo de Eventos.
• Pólo de Moda, Estilo e Costumes, Adereços e Figurinos
Relatarei mais em breve, mas entrar em contato com este universo de protagonismo e de protagonistas é encontrar o sonho e, mais, acessar a sua viabilidade.
Mas para isto é preciso coragem, para querer aprender e se abrir para o nosso propósito de vida.
Não é possível que eu tenha nascido apenas para buscar me alimentar, morar em condições mínimas respeitosas e buscar sorrir em alguns momentos da vida.
Fazer isto já é uma tarefa gigantesca para alguns. Eu mesma já me esforcei muito para buscar atender necessidades básicas, mas o sabor da vida está em conseguir dar espaço para que outros o façam.
A coragem agora, para mim, reside em ter competência para proporcionar as horas e horas de estudo, reflexão e desenvolvimento que obtive, dividi-las com quem quiser aceitar compartilhar e me nutrir em contrapartida com seus saberes.

Posted in Uncategorized | Tagged , , , , , , | Leave a comment

Um dia para celebrar o exercício da tolerância

A apostila Vamos Ubuntar, de Lia Diskin, e o vídeo Vizinhos, animação de Norman McLaren dão uma força.

Click to access vamos%20ubuntar.pdf

Posted in Uncategorized | Leave a comment